sábado, 20 de fevereiro de 2010

Complete o Conto

Terminava de mexer o café após adoçá-lo quando teve um pensamento repentino. Era um clarão que não iria abandonar sua mente até que o final de semana acabasse. "Claro!"--pensou ele.

Pegou o telefone e discou rapidamente para Ana. Dedilhava com angústia o fone do aparelho. Piiiimm, piiimm, piiimm...Ninguém atendia.

Após muito esperar, desligou o telefone. Pegou o seu velho livro de neoplastia hiperzoomórfica, abriu-o, soprou a poeira. Buscou no índice remissivo algo que pudesse explicar tamanho absurdo. Seu coelho crescera dois decímetros em dois dias.

Os dias de chuva, pensou, são os mais perigosos. Tudo ocorre sobre os olhos lunaticamente luminosos do tédio ganancioso. Subiu até o terceiro andar e pegou uma caixa que estava debaixo da cama. Era azul e pequena. Tinha um bilhete pregado sobre a tampa. Leu-o e, com remorso, amassou-o. Abriu vagarosa e cuidadosamente a caixa.

Estava ali, sob seus olhos, a causa de tamanha apreensão. Ignorando a consciência, seguiu em frente.