segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Os não-óbvios e as crianças

"Desde
os
primórdios

até hoje em dia, o homem ainda faz o que o macaco fazia"


 

    Sacada não-óbvia essa dos Titãs na música "Homem primata". Realmente... Seriam as sociedades humanas "selvas de concreto"? Em cada relva de asfalto parece haver leões famintos, prestes a abater em emboscada suas presas. São esses felinos apenas delinquentes a assaltar suas vítimas paradas no sinal vermelho. Por outro lado, existem ainda feras que roubam do próximo mesmo sem carecer de alimentos. São bravios da ostentação, do exagero. A natureza dá aos homens todo o necessário para sobreviver, a tecnologia, ainda mais comodidade e recursos às suas vidas. Mesmo assim os Ovirapitors da ganância têm prazer, e vício, em roubar. Não que precisem. Apesar da controvérsia sobre o "dino ladrão de ovos", uma coisa é indiscutível: nós, os selvagens humanos, somos pouco originais. Muitos de nós trabalhamos exaustivamente para poder comprar comida, assim como as bestas (não-humanas) se esforçam para morder a caça. Esses hercúleos profissionais pouco tempo possuem para aproveitar a vida. O belo, a arte, a delicadeza, a erudição, a elegância e o amor suspiram solitários nas metrópoles sempre atrasadas para a reunião do escritório. Enquanto isso, os Oviraptors, que tem tempo de sobra, esbanjam sua futilidade com asas de gaivota (de seu décimo carro de luxo).

    Os não-óbvios assistem a tudo isso. Eles também vivem em meio a esse caos, mas observam tudo com a visão dos anjos, como se, acima das nuvens, flutuassem. Sem "asas de gaivota", claro. Percebem o que o mundo poderia ser, mas (ainda) não é. Eles veem os litros de felicidade desperdiçados nas cidades (e no campo). Sentem-se deslocados, mas nem por isso dão suspiros tristes. O não-óbivo é, isso sim, um adulto em meio a crianças barulhentas, agressivas e malcriadas. Isso não o irrita. Antes, tenta dar os melhores conselhos a elas, medica os infantes enfermos, trata a todos, dos pequenos mais bem comportados aos mais sapecas, com o carinho e caridade de que necessitam para crescer. Na medida em que os jovens amadurecem, o não-óbvio lhes ensina a apreciar o bom, o belo, a arte, a delicadeza, a erudição, a elegância... E mesmo os menores desde muito cedo podem aprender isso, pois o professor deles costuma ser a própria encarnação (embora imperfeita) daqueles valores. Imperfeita porque sabe que ainda há muito a aprender... Sabe que ele também é criança em comparação a espíritos mais solares. Tem consciência de que quando Jesus disse "Deixai vir (a mim) as criancinhas", Cristo também se referia a ele.


 

    

domingo, 4 de outubro de 2009

De perto

--De perto...
... Todo mundo é igual:
...Ninguém é certo...
...Ninguém é normal!

--Sério?
--Não...